terça-feira, 31 de maio de 2011

Consumo Comemorativo

Comemorações, festas, presentes, consumo. Além do alto consumismo corriqueiro, que afeta até mesmo os menos afortunados, as datas comemorativas, tais como Páscoa, Dia das Mães e Pais, Natal entre outros, forçam a maior parte da parcela da população a consumir ainda mais. Esse é um costume que não é de hoje, mas se agrava cada dia mais. Dependendo da data são vários presentes, caros ou baratos, que mexem com o mercado e com o bolso do povo. As pessoas planejam e planejam o que fazer em tais dias e a primeira coisa a se pensar é no que oferecer como agrado aos mais íntimos.

Datas comemorativas foram criadas exatamente para isso, embora poucos percebam. Por exemplo, o dia dos namorados é uma data tão simbólica que não tem um motivo aparente para existir. O único motivo é o de casais se presentearem, como se isso não fosse algo que fosse feito durante todo o relacionamento. As pessoas simplesmente gastam muitas vezes o que não possuem, para insinuar lembrança a pessoas mais próximas, como se o próprio fato de gostar ou amar não fosse o suficiente. Elas esperam por presentes, e acabam se decepcionando bastante às vezes por motivo algum. É tradição. É algo que foi construído com o decorrer do tempo. Algo descartável que infelizmente move a humanidade de tal maneira a ser essencial.

Lojas dos mais variados tipos é que se beneficiam disso. Projetam meses antes o que acontecerá; que promoções apelativas e ilusionistas serão postas em prática para chamar clientes; que produtos a serem mais explorados visando maior saída e projetam até mesmo a decoração de suas lojas de acordo com o tema, para mostrar que ali é o lugar certo.

O natal é, em minha opinião, de longe uma das datas mais apelativas que temos. De acordo com a religião: O nascimento de Cristo. Ou seja, o fato de Cristo ter recebido presentes de Reis, como conta a história bíblica, transformou-se em uma prática de todos desde muitos anos. Mas torna-se também uma pratica sem sentido, já que estamos falando de um nascimento. Quando se nasce uma criança, presentear torna-se comum. Assim como quando se morre o comum é consolar os familiares. No natal as pessoas usam grande parte do dinheiro guardado durante todo o ano para presentear parentes em nome de um ser fictício, quando poderiam usar esse dinheiro para ajudar alguma instituição, ou até mesmo consigo mesmo, levando em consideração que a grande parcela da população vive em condições precárias em suas casas.

Não digo que presentear seja algo tolo, pelo contrario, dar presentes é algo da natureza humana. Porém escolher dias específicos e de grande apelação comercial é algo que deve ser evitado. Devemos derrubar essa lógica errônea de adoração a dias descartáveis do ponto de vista econômico. Não pelo fato de perder seu dinheiro com coisas desnecessárias, sendo que ele poderia ajudar em outras. Mas sim pelo fato de alimentar a economia nacional em geral, enriquecendo cada dia mais os ricos e empobrecendo cada vez mais os pobres. Dando poder e autonomia para os que já a possuem e tirando-a de você.

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