sexta-feira, 9 de julho de 2010

Ninguem precisa de fato ser homem, ou mulher.



A idéia do masculino e feminino, serve para que? Até hoje me pergunto quem designou as cores azul e rosa para definir homem e mulher, nessa ordem. Quando criança, aprendi que eu por ser 'machinho' e ter a 'torneirinha', deveria urinar em pé e a ‘moçinha' urinar sentada. São pequenos detalhes, que às vezes passam despercebidos aos olhos dos mais despreocupados, mas que mostra o domínio religioso na sociedade. Homens e mulheres e suas diferenças alem das diferenças corporais.

Uma coisa que me intriga bastante é por que as mulheres precisam preservar seus seios cobertos, sem os expor na rua como fazem os homens e quando isso acontece causa euforia e indignação. Na verdade isso acontece porque o seio feminino é sagrado por amamentar. Sagrado? Mais uma vez nos deparamos com a religiosidade.

Os mais velhos e alguns dos mais novos, aprenderam e estão aprendendo que o homem deve sair e buscar o alimento, através do trabalho fora de casa. A mulher deve ficar e fazer as tarefas domesticas, servindo seu marido como ele desejar, principalmente no que se diz respeito a sexo. A idéia do homem como sendo superior a tudo, também é uma coisa religiosa e convenhamos patética. Por muitos anos, mulheres não eram bem vindas no ‘seio’ da igreja, ao menos em relação a cargos eclesiásticos. Elas eram/são tidas como santas sim, mas não podiam sequer falar durante missas ou reuniões.



O homossexual é tratado com desrespeito. A mulher ainda é tratada com desrespeito. O homem é tratado como rei, tendo que ser respeitado e sendo sua palavra a ultima, sem hesitações. Hoje em dia, algumas lutas já foram vencidas, tanto por homossexuais quando por mulheres, mas ainda estamos longe de uma verdadeira conquista.

Expressões como ‘mulher minha não faz tal coisa’, ‘teu namorado/marido deixa você sair assim?’ chegam a dar enjôo muitas vezes. Por que os homens precisam deixar? E a liberdade, fica onde? Casais não são proprietários de seus parceiros, principalmente os homens.

Vai muito do que e no que você acredita. Seus interesses e suas idéias. Muitas vezes você as divide com pessoas que não pensam da mesma maneira, pior, maneira até contraria, por não encontrar pessoas como você e isso te deprime. Não deveria e não pode ser assim.

Destruir então os laços sagrados do masculino e feminino? Porque não? Ninguém precisa de fato ser homem, ou mulher. Precisamos apenas ser humanos e preservar a igualdade absoluta entre os sexos.

7 comentários:

  1. É lamentabilíssimo que homens em kilt seriam um horror à maioria da população brasileira.

    É-me intrigante como o autor de "Ninguem precisa de fato ser homem, ou mulher." culpa religião tão rapidamente. Eu, particularmente, não tenho religião, porém tudo deveria ter começo, meio e fim, camaradas.

    Os seios femininos não-infantis não são descobertos necessariamente por motivos religiosos. A maioria das mulheres hoje em dia cobre seus seios por fatores alheios a que eles supostamente sejam sagrados. Elas o fazem como consequência de uma época em que a esposa, principalmente suas partes erógenas, era vista como propriedade (sexual) exclusiva do esposo; enquanto que o recíproco não acontecia. Independentemente disso, aqui no Brasil seios femininos são considerados fetiches sexuais, tanto para homens como para mulheres. Em contrapartida, em Mali, na África, as mulheres exibem seus seios à vontade, sem qualquer conotação sexual (http://en.wikipedia.org/wiki/Cleavage_%28breasts%29#Cleavage_theory).

    Quanto à interpretação segundo a qual a mulher é inferior ao homem porque teria nascido depois deste ou por ser 'costela' deste, isso é muito machista. Uma coisa que aprendi do livro "A águia e a galinha: uma metáfora da condição humana" de Leonardo Boff (no ínício do livro, não lembro exatamente onde; peguei emprestado de uma biblioteca faz uns dez anos) é que a palavra que é geralmente traduzida para português como 'costela' é צֵלָע ṣēlāʿ /tseːˈlaː/, em hebraico. Porém esse termo hebraico tem como sentido fundamental 'lado, ilharga, metade', o que para mim deixa claro que o escritor da Bíblia que falou que Eva veio de Adão queria dizer que Adão nasceu andrógino (homem e mulher ao mesmo tempo).

    Abraço!

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  2. Perceba que na africa a religião é diferente do que voce está acostumado a ver no seu país. Então, não se pode comparar as duas culturas.

    Motivos alheios? tudo bem, mas seu embasamento é religioso e isso é indiscutivel. O medo da sociedade tambem parte desse principio.

    Abraço e obrigado pelo comentario!

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  3. Ah, claro! tudo deve ter começo, meio e fim. Porem os fins, não justificam os meios e sim, o meio é consequencia do começo assustador, devastador e opressor, que o mundo viveu com a igreja.

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  4. Quando mencionei princípio, meio e fim, referia-me à questão da argumentação, não ao papel da religião.

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  5. É, concordo com Volcatius. A discussão entre diferenças artificiais entre os sexos é sempre válida, mas também considerei a argumentação simplesta e superficial.

    Certamente que sabemos o papel das religiões monoteístas (não me resumo nem ao cristianismo, pois sei que o judaísmo e o islamismo são igualmente opressores ao sexo feminino) em relação ao assunto, mas é tolo pensar que esta é a origem.

    A religião é só a vestimenta, a aparência, a suposta justificativa, mas a dominação do homem sobre a mulher na divisão sexista do trabalho é anterior à justificação religiosa. A religião surge, entre outras coisas, para dar justificativas compreensíveis aos ignorantes para as injustiças, de modo que estas sejam aceitas e mantidas.

    Enfim, é preciso aprofundar a discussão.

    (Uma pergunta, por que não se pode comentar apenas com o Nome/URL?)

    Grande abraço!

    Vamos continuar movimentando as discussões dessa cidade!

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  6. Não sei se o termo 'Marianismo' é conhecido de voces. Pois bem, o marianismo é considerado a outra face do machismo.

    Esse nome deriva de Maria, a que seria mãe de Jesus e quer mostrar a superioridade feminina. Bem, Maria me remete a catolicismo. Religião!

    Não acredito realmente que o homem sempre achou-se superior a mulher. De fato, existe um país, o qual não me recordo seu nome, que 'parou no tempo'. Lá as divisões de trabalho são iguais, homens e mulheres não cultuam superioridade, nem inferioridade. Dai eu me pergunto, cultura ou 'simples falta dela'?

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