terça-feira, 31 de maio de 2011

Consumo Comemorativo

Comemorações, festas, presentes, consumo. Além do alto consumismo corriqueiro, que afeta até mesmo os menos afortunados, as datas comemorativas, tais como Páscoa, Dia das Mães e Pais, Natal entre outros, forçam a maior parte da parcela da população a consumir ainda mais. Esse é um costume que não é de hoje, mas se agrava cada dia mais. Dependendo da data são vários presentes, caros ou baratos, que mexem com o mercado e com o bolso do povo. As pessoas planejam e planejam o que fazer em tais dias e a primeira coisa a se pensar é no que oferecer como agrado aos mais íntimos.

Datas comemorativas foram criadas exatamente para isso, embora poucos percebam. Por exemplo, o dia dos namorados é uma data tão simbólica que não tem um motivo aparente para existir. O único motivo é o de casais se presentearem, como se isso não fosse algo que fosse feito durante todo o relacionamento. As pessoas simplesmente gastam muitas vezes o que não possuem, para insinuar lembrança a pessoas mais próximas, como se o próprio fato de gostar ou amar não fosse o suficiente. Elas esperam por presentes, e acabam se decepcionando bastante às vezes por motivo algum. É tradição. É algo que foi construído com o decorrer do tempo. Algo descartável que infelizmente move a humanidade de tal maneira a ser essencial.

Lojas dos mais variados tipos é que se beneficiam disso. Projetam meses antes o que acontecerá; que promoções apelativas e ilusionistas serão postas em prática para chamar clientes; que produtos a serem mais explorados visando maior saída e projetam até mesmo a decoração de suas lojas de acordo com o tema, para mostrar que ali é o lugar certo.

O natal é, em minha opinião, de longe uma das datas mais apelativas que temos. De acordo com a religião: O nascimento de Cristo. Ou seja, o fato de Cristo ter recebido presentes de Reis, como conta a história bíblica, transformou-se em uma prática de todos desde muitos anos. Mas torna-se também uma pratica sem sentido, já que estamos falando de um nascimento. Quando se nasce uma criança, presentear torna-se comum. Assim como quando se morre o comum é consolar os familiares. No natal as pessoas usam grande parte do dinheiro guardado durante todo o ano para presentear parentes em nome de um ser fictício, quando poderiam usar esse dinheiro para ajudar alguma instituição, ou até mesmo consigo mesmo, levando em consideração que a grande parcela da população vive em condições precárias em suas casas.

Não digo que presentear seja algo tolo, pelo contrario, dar presentes é algo da natureza humana. Porém escolher dias específicos e de grande apelação comercial é algo que deve ser evitado. Devemos derrubar essa lógica errônea de adoração a dias descartáveis do ponto de vista econômico. Não pelo fato de perder seu dinheiro com coisas desnecessárias, sendo que ele poderia ajudar em outras. Mas sim pelo fato de alimentar a economia nacional em geral, enriquecendo cada dia mais os ricos e empobrecendo cada vez mais os pobres. Dando poder e autonomia para os que já a possuem e tirando-a de você.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

NOTA OFICIAL DA ABGLT SOBRE A SUSPENSãO DO KIT EDUCATIVO DO PROJETO ESCOLA SEM HOMOFOBIA

2011-05-25 19:16:03

Nota Oficial da ABGLT sobre a suspensão do kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia

A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT, por meio de suas 237 ONGs afiliadas, assim como a Articulação Nacional de Travestis e Transexuais - ANTRA, a Articulação Brasileira de Lésbicas – ABL, o Grupo E-Jovem, milhares de militantes LGBT e defensores dos direitos humanos, lamentam profundamente a decisão da Presidenta Dilma de suspender o kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia. A notícia foi recebida com perplexidade, consternação e indignação.

Apesar de entender que houve suspensão, e não cancelamento, do kit, até porque o material ainda não está disponível para uso nas escolas e aguarda a análise do Comitê de Publicações do Ministério da Educação, a ABGLT considera que sua suspensão representa um retrocesso no combate a um problema – a discriminação e a violência homofóbica – que macula a imagem do Brasil internacionalmente no que tange ao respeito aos direitos humanos.

Este episódio infeliz traz à tona uma tendência maléfica crescente e preocupante na sociedade brasileira. O Decreto nº 119-A, de 17 de janeiro de 1890, estabeleceu a definitiva separação entre a Igreja e o Estado, tornando o Brasil um país laico e não confessional. Um princípio básico do estado republicano está sendo ameaçado pela chantagem praticada hoje contra o governo federal pela bancada religiosa fundamentalista e seus apoiadores no Congresso Nacional. O fundamentalismo de qualquer natureza, inclusive o religioso, é um fenômeno maligno atentatório aos princípios da democracia, um retrocesso inaceitável para os direitos humanos.

Os mesmos que queimaram os homossexuais, mulheres e crentes de outras religiões na fogueira da Inquisição na idade média estão nos ceifando no Brasil da atualidade. Segundo dados do Grupo Gay da Bahia, a cada dois dias uma pessoa LGBT é assassinada no Brasil por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero. É preciso que sejam tomadas medidas concretas urgentes para reverter esse quadro, que é uma vergonha internacional para o Brasil.

Uma forma essencial de fazer isso é através da educação. E por este motivo o kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia foi construído exaustivamente por especialistas, com constante acompanhamento do Ministério da Educação, e com base em dados científicos. Entre estes são os resultados de diversos estudos realizados e publicados no Brasil na última década.

A pesquisa intitulada “Juventudes e Sexualidade”, realizada pela UNESCO e publicada em 2004, foi aplicada em 241 escolas públicas e privadas em 14 capitais brasileiras. Segundo resultados da pesquisa, 39,6% dos estudantes masculinos não gostariam de ter um colega de classe homossexual, 35,2% dos pais não gostariam que seus filhos tivessem um colega de classe homossexual, e 60% dos professores afirmaram não ter conhecimento o suficiente para lidar com a questão da homossexualidade na sala de aula.

O estudo "Revelando Tramas, Descobrindo Segredos: Violência e Convivência nas Escolas", publicado em 2009 pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana, baseada em uma amostra de 10 mil estudantes e 1.500 professores(as) do Distrito Federal, e apontou que 63,1% dos entrevistados alegaram já ter visto pessoas que são (ou são tidas como) homossexuais sofrerem preconceito; mais da metade dos/das professores(as) afirmam já ter presenciado cenas discriminatórias contra homossexuais nas escolas; e 44,4% dos meninos e 15% das meninas afirmaram que não gostariam de ter colega homossexual na sala de aula.

A pesquisa “Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar” realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, e também publicada em 2009, baseou-se em uma amostra nacional de 18,5 mil alunos, pais e mães, diretores, professores e funcionários, e revelou que 87,3% dos entrevistados têm preconceito com relação à orientação sexual e identidade de gênero.

A Fundação Perseu Abramo publicou em 2009 a pesquisa “Diversidade Sexual e Homofobia no Brasil: intolerância e respeito às diferenças sexuais”, que indicou que 92% da população reconheceram que existe preconceito contra LGBT e que 28% reconheceram e declarou o próprio preconceito contra pessoas LGBT, percentual este cinco vezes maior que o preconceito contra negros e idosos, também identificado pela Fundação.

Estas e outras pesquisas comprovam indubitavelmente que a discriminação homofóbica existe na sociedade é tem um forte reflexo nas escolas. Eis a razão e a justificativa da elaboração do kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia.

Com a suspensão do kit, os jovens alunos e alunas das escolas públicas do Ensino Médio ficarão privados de acesso a informação privilegiada para a formação do caráter e da consciência de cidadania de uma nova geração.

Em resposta às críticas ao kit, informamos que o material foi analisado pelo Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação do Ministério da Justiça, que faz a "classificação indicativa" (a idade recomendada para assistir a um filme ou programa de televisão). Todos os vídeos do kit tiveram classificação livre, revelando inquestionavelmente as mentiras, deturpações e distorções por parte de determinados parlamentares e líderes religiosos inescrupulosos, que além de substituírem as peças do kit por outras de teor diferente com o objetivo de mobilizar a opinião pública contrária, na semana passada afirmaram que haveria cenas de sexo explícito ou de beijos lascivos nas peças audiovisuais do kit.

O kit educativo foi avaliado pelo Conselho Federal de Psicologia, pela UNESCO e pelo UNAIDS, e teve parecer favorável das três instituições. Recebeu o apoio declarado do CEDUS – Centro de Educação Sexual, da União Nacional dos Estudantes, da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, e foi objeto de uma audiência pública promovida pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, cujo parecer também foi favorável. Ainda, teve uma moção de apoio aprovada pela Conferência Nacional de Educação, da qual participaram três mil delegados e delegadas representantes de todas as regiões do país, estudantes, professores e demais profissionais da área.

Ou seja, tem-se comprovado, por diversas fontes devidamente qualificadas e respeitadas, como base em informações científicas, que o material está perfeitamente adequado para o Ensino Médio, a que se destina.

Os direitos humanos são indivisíveis e universais. Isso significa que são iguais para todas as pessoas, indiscriminadamente. Os direitos humanos de um determinado segmento da sociedade não podem, jamais, virar moeda de troca nas negociações políticas. Esperamos que a suspensão do kit não tenha acontecido por este motivo e relembramos o discurso da posse da Presidenta no qual afirmou a defesa intransigente dos direitos humanos.

Esperamos que a Presidenta Dilma mantenha o diálogo com todos os setores envolvidos neste debate e que respeite o movimento social LGBT. Da mesma forma que há parlamentares contrários à igualdade de direitos da população LGBT, há 175 nesta nova legislatura que já integraram a Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT, e que com certeza gostariam de ter a mesma oportunidade para se manifestarem em audiência com a Presidenta, o mais brevemente possível.

A Presidenta Dilma tem assinalado que seu governo está comprometido com a efetiva garantia da cidadania plena da população LGBT, por meio das ações afirmativas de seus ministérios. Na semana passada, na ocasião do Dia Internacional contra a Homofobia, a ABGLT foi recebida por 12 ministérios do Governo Dilma, onde um item comum em todas as pautas foi o cumprimento do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT. Também na semana passada, por meio de Decreto, a Presidenta convocou a 2ª Conferência Nacional LGBT. Porem, com a atitude demonstrada no dia de hoje acreditamos estar na contramão dos direitos humanos, retrocedendo nos avanços dos últimos anos. Exigimos que este governo não recue da defesa dos direitos humanos, não vacile e não sucumba diante da chantagem e do obscurantismo de uma minoria perversa de parlamentares e líderes fundamentalistas mal intencionados.

Esperamos que a Presidenta da República reconsidere sua posição de suspender o kit do projeto Escola Sem Homofobia, para restabelecer a conclusão e subsequente disponibilização do mesmo junto às escolas públicas brasileiras do ensino médio. Esperamos também que estabeleça o diálogo com técnicos e especialistas no assunto. Estamos abertos ao diálogo e esperamos que nossa disposição neste sentido seja retribuída o mais rapidamente possível, sendo recebidos em audiência pela Presidenta Dilma e pela Secretaria-Geral da Presidência da República e que a mesma reveja sua posição.


Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais

25 de maio de 2011



Links para os vídeos do kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia:

ENCONTRANDO BIANCA
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=A_0g9BEPVEA

PROBABILIDADE http://www.youtube.com/watch?v=tKFzCaD7L1U&feature=related

TORPEDO http://www.youtube.com/watch?v=hKJjOJlEw_U&feature=related

retirado de: www.abglt.org.br

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Resenha - Ornitorrincos



Eu deveria falar de todas as bandas do belíssimo split “Conspiração do Coração ao Contrario”. Mas como eu já conhecia as outras bandas e já tive oportunidade de falar de algumas, vou falar de uma que me chamou muito atenção e que eu não conhecia, por motivo de ignorância pessoal e descaso. A Ornitorrincos. Essa banda tem uma pegada muito conhecida de quem gosta do velho punk oitentista. Coisas como Circle Jerks, The Germs, Black Flag, entre outras. Um punk do sul em portunhol. Os caras tem um jeito de fazer música diferente.

A participação da banda no Split começa com a música “Insektomania”, que pra mim é uma das melhores. Uma batida punk avisando que ‘a cidade ainda está morta’. Logo depois “Igrejinha UbberAllas”, uma clara citação a outra banda foda que inspirou e inspira muita banda, que é a Dead Kennedys. “Punk de Uma Nota Só” mostra o que acontece com muitas pessoas envolvidas com o punk, quando fala que “mil vezes fazer do que aprender”. Fala sobre montar sua banda, ao invés de ser apenas um expectador. Depois dessa vem uma de minhas preferidas: “É Só Uma Questão de Distancia”. Não sei como funciona essa relação fora do Brasil, mas aqui as pessoas que fazem o punk possuem relações de afetividade muito estreitas. Pessoas que moram em pontas diferentes do mapa parecem ser mais amigos do que quem mora na mesma cidade. Isso é nítido e espero que continue assim. “Agora Sim Eu Me Importo” é uma música linda, com uns riffs bem loucos e uma bateria nervosa. ‘O homem louva deus enquanto louva, deus não louva ninguem’. Essa música é um tapa na cara muito louco dos teístas: “O Homem Louva o Louva Deus”. Poco despues, una hermosa cancion. “Devemos Fazer Músicas”. Devemos fazer música sertaneja politizada? A participação da Ornitorrincos no split se finda com “Mictório Publico”, que é uma das melhores também.

A banda ainda tem uma demo intitulada “Welt Politik, Sucrilhos e Refrigerantes” e uma com a banda Pluto.

Myspace: http://www.myspace.com/ornitorrincos

Trama Virtual: http://tramavirtual.uol.com.br/artistas/ornitorrincos

Youtube: http://tramavirtual.uol.com.br/artistas/ornitorrincos

Download: http://www.4shared.com/file/cOJhop8S/2010_-_Conspirao_do_Corao_ao_C.html (retirado do licordechorume.blogspot.com)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Vivos

As ações coletivas do chuva negra estão paradas, embora nós continuemos apoiando alguns eventos, mas em breve e muito em breve voltaremos a colocar a cidade do cu do elefante em ação novamente.

Por motivo alguns tivemos que interromper a sequência do Subvercine, mas esperamos que o recomeço não tarde a acontecer além do que ja está tardando. Eventos de música tambem estão no planejamento e muito em breve teremos otimas noticias vindas de lugares distantes.

Sinceros abraços
@vpeagav

p.s: acompanhem a resenha do show do dead fish, que aconteceu no dia 15.05 aqui em Natal. Está mais aqui embaixo :)

terça-feira, 17 de maio de 2011

Resenha - Dead Fish em Natal

Dia 15/05. Um domingo diferente dos demais. Um domingo de expectativa desde as primeiras horas do dia até as ultimas. O lugar foi “Cultura Club”, bar relativamente novo na Ribeira, atrás do teatro Alberto Maranhão. Cultura é cultura. Eram 16h00min quando cheguei ao local e um certo número de pessoas já se juntava na frente de onde seria uma noite incrível. Depois de cinco anos de espera finalmente a Dead Fish voltaria a cidade do cu do elefante para fazer todos dançarem num baile frenético. Mas vamos começar pelo começo.

A primeira da noite, Sunday Record, subiu ao palco na expectativa. Banda consideravelmente nova, com pouco mais de um ano de vida, esperava que essa noite fosse o melhor show de suas vidas. Como sempre e talvez nunca deixe de ser diferente, na hora da primeira banda pouquíssimas pessoas estavam dentro do bar, mas isso não impediu que os moleques mostrassem serviço, e bom serviço. Duas músicas novas fizeram parte do repertorio, além de um cover da banda Garage Fuzz, velha conhecida de muitos em natal. Alguns sacando a banda de longe, outros mais agitados cantando junto às músicas com a Sunday. Uma das duas bandas que não tiveram problema algum com o som e isso ajudou bastante na apresentação dos caras que foi, diga-se de passagem, muito foda nas palavras de muitos.

Logo depois a Driveout, banda que já tocou diversas vezes e tem muitos fãs em natal, assumiu a responsabilidade de manter a boa música viva naquela noite. Assumiu e cumpriu o dever. Algumas músicas velhas, outras mais novas e muito sintetizador. Vini e compania colocaram a galera presente para cantar e esperar por muito mais que vinha pela frente. Toda banda faz covers de outras e isso é quase que uma regra. Mas algumas sabem escolher muito bem o que fazer. Como a Sunday, que já havia trazido Garage Fuzz, a Driveout trouxe um cover do Nirvana. Breed. Não preciso falar que os fãs do Nirvana que ali estavam, e não são poucos, pediram para morrer depois disso. Um show enérgico, além de suave. Um show que também contou com a ajuda da aparelhagem de som, que não vacilou. Sem duvidas um ótimo show, como já é de costume dos caras.

Uma das bandas mais aguardadas da noite por ser uma surpresa, já que antes desse show não havia dado o ar da graça ainda. Uma grata surpresa por sinal. Hardcore nervoso e frenético. A Born To Freedom apareceu com um som envolvente, um hardcore meio experimental, meio melódico. Algo que me lembrou em partes a excelente banda Holandesa Shikari, por sair de, como dizem, pau pra cacete, em questão de minutos, segundos até. Comandada por Shilton e tendo figurinhas bastante carimbadas na cena, trouxe o novo com gosto de velho, colocou a galere pra dançar. Um cover da banda gringa Rise Against fez os mais descolados cantarem. Mesmo estreando num show ao lado da Dead Fish, os caras não deixaram a peteca cair e fizeram um show foda. Vencedores, embora saindo do forno.

A seguir, teríamos uma surpresa. Uma banda já conhecida, mas que não estava escalada para a noite. Uma das melhores bandas surgidas nos últimos anos em natal, a Todos Contra Um subiria ao palco com formação nova, já que o meu querido amigo XFuraX, que tocava guitarra na banda, teve que se ausentar da cidade por tempo indeterminado. Infelizmente, por problemas pessoais a banda não pode se apresentar e ficamos apenas com um gostinho de quero muito mais.

Punk + Hardcore. Música rápida com um ‘tupatupatupa’ nervoso. Os Cearenses da Chicones trouxeram para Natal um punk/HC que em muito me lembrou Gritando HC, com boas doses de Ramones e Raimundos. Músicas com temas descontraídos que falam sobre os mais variados assuntos. Uma das músicas me chamou atenção. Emanuelle: Um culto a pornografia adolescente que, creio eu, os mais velhos ali cresceram assistindo. Um cover de uma banda bastante admirada pelos potiguares, NOFX fez muitos dançarem e cantarem juntos. Tratou-se de um show divertido e empolgante. Peruca rosa, lixeira e latinhas de cerveja numa polga não tão grande, mas consistente.

Falar dessa próxima banda parece ser bastante presunção, mas a DeadFunnyDays foi uma das melhores da noite, sem sombra de dúvidas. Bubu e o resto da trupe mostraram o que muitos já conhecem há anos, mas não enjoam de ver e apreciar. Grunge mesclado com punk só pode dar em boa coisa e a DeadFunnyDays esta mais do que acostumada a fazer ótimos shows. O publico lá embaixo já era grande e boa parte dele cantava junto às músicas dos caras. Poison Idea esteve presente no palco e isso me chamou muita atenção, por ser uma de minhas bandas prediletas. A galera já estava cansada de esperar, mas parecia não se importarem se a DeadFunny ficasse mais uma hora em cima do palco. Repetindo, um dos melhores shows da noite, esperado e aproveitado. Já fazia certo tempo que os caras não tocavam por terras potiguares, e isso parece ter contribuído ainda mais para que o show fosse muito foda.

“Ei, Dead Fish, vai tomar no cu!”. Calor, Cultura lotado, alguns já bêbados, outros sóbrios para aproveitar da melhor maneira possível o que viria pela frente. A empolgação do publico era notória afinal faz um tempo considerável que a Dead Fish não toca em Natal. E a empolgação parecia ser maior ainda para os que nunca viram os caras tocar pessoalmente. 20 anos de estrada comemorados também no nordeste. Com shows em Recife, João Pessoa, entre outros lugares, chegou a Natal. As pessoas estavam insanas gritando, sorrindo e pedindo incansavelmente para que começasse o mais rápido possível. Quando a banda finalmente sobe ao palco a multidão delira. A primeira música foi “Asfalto” do mais recente cd. Pelo que eu pude perceber, já que nessa hora eu só prestava atenção ao palco, poucas pessoas conheciam as novas músicas, mas isso não impediu que a concentração de braços levantados e sorrisos escancarados perpetuassem em todos. Algumas outras músicas já conhecida como “Siga” e “Perfect Party”, e logo depois “Venceremos”, mais uma do novo cd e perfeita, por sinal. “Mulheres Negras”, uma das músicas bastante conhecidas da banda fez com que quem estava lá embaixo se destruísse. Moshs eram contínuos e insaciáveis. Rodrigo, vocalista, estava frenético como de costume, mas com um brilho nos olhos que parecia ser reflexo dos brilhos lá embaixo. Outras músicas do cd novo como “Não” colocaram todos em caos. Velhas conhecidas não poderiam faltar e “Zero e Um”, “Tango”, “Sonho Médio”, “Bem vindo ao Clube”, “A Urgência”, “Proprietários do Terceiro Mundo”, “Tão Iguais” e “Queda Livre”, trouxeram um ar de nostalgia que a muito não se sentia em Natal. O show tão esperado por anos chegava ao fim e o sentimento era de quero muito mais. “Afasia” terminou aquele que seria até aqui o melhor show do ano e que eu acho difícil ser superado.

Para mim uma música resumiu bem o show: “Canção para Amigos” que foi o ponto alto do show, na minha concepção. “Se canto esta canção é porque ainda tenho fé”. Suor, cerveja e hardcore em uma noite que não deveria precisar acabar.

sábado, 14 de maio de 2011

Dead Fish em Natal dia 15 de maio.



Ao longo de seus 20 anos de carreira no hardcore nacional, esses jovens descolados e eufóricos da Dead Fish já se apresentaram por algumas vezes em terras potiguares. A ultima foi em 2006 e de lá pra ca, os que puderam estar nessa lindeza esperam por mais e os que não puderam vivenciar esse show esperam ansiosos por outra oportunidade. E esta surgiu agora. Dia 15, domingo, eles voltam a Natal para mais uma apresentação e quebradeira de ossos. Guardem energias, mas não percam a oportunidade de perde-la neste domingo. Apreciem as outras bandas e faça valer seu ingresso e sua sagacidade em prol do hardcore.

Com um cd ‘recem’ lançado em 2009, os capixabas voltam a natal com músicas novas e promessa de um grande e aguardado show. O cd ‘Contra Todos’ traz canções para embalar os frenéticos, os mais acuados e os corações apaixonados também, porque não? São 14 músicas muito bem trabalhadas que, na minha humilde opnião, retratam bem os áureos tempos da banda. Músicas como ‘Não’ me fazem mesmo voltar no tempo, como em 1999 no ‘Sonho Medio’, por exemplo. Algumas como ‘Venceremos’, ‘Subprodutos’, ‘Shark Attack’, ‘A Dialetica’, ‘Armadilhas Verbais’, para mim, estão entre as melhores, juntamente com a própria ‘Não’. A banda ainda promete duas músicas do próximo cd. Coisa linda, não? E claro, as músicas que fizeram com que a Dead Fish se torna-se o que é não podem faltar. 'Sonho Medio', 'Fragmentos', 'Paz Verde' entre tantas outras.

Ainda tocam na noite 5 bandas, 4 locais e 1 do Ceara. Vamos a elas.

Dead Fish: Não precisa falar, precisa? Capixabas safados fazendo hardcore há duas décadas e muita cerveja. Ei, Dead Fish, vai tomar no cu.

Deadfunnydays: Velha conhecida do cenário potiguar, a Deadfunnydays faz mais uma apresentação. Grunge + Punk. Isso so pode dar em uma boa mistureba de bandas em um só palco. Bubu e sua trupe vão infernizar vocês.

Born To Freedom: Banda nova, fazendo sua estréia nos palcos, mas que conta com integrantes carimbados no cenário natalense. Um hardcore misturado com melancolia e metal core. Hardcore vibrante papa jerimum.

Driveout: Se você gosta de um verdadeiro real emo, não pode perder o show dos caras. Coisas como Dag Nasty com teclados e sintetizadores? Um som para embalar suas noites mais apaixonadas e revoltz.

Chicones: Punk + Ska + Hardcore. Ou seria Raimundos + Gritando HC? Bem, os cearenses da Chicones trazem para natal um som muito bem feito e divertido para fazer você bailar o quanto puder.

Sunday Record: Os caras da Sunday fazem um garage bem sacado com uma guitarra nervosinha que soa bem. Bukowski e rock maneiro beneficiando os jovens que gostam de sexo, cerveja e cigarro.

Venda de material independente e rango vegan.

Serviço:

Quando? dia 15 de maio – domingo. De que horas é isso? a partir das 16hs. Quanto vai ser, ome? 20 dinheiro, na bilheteria. E onde porra é? Cultura club, ribeira, atrás do teatro Alberto Maranhão. E vai ser legal isso? VAI SER LEGAL NÃO O QUE?

Realização: Russoi Records e Empire Records. Apoio: Lol Produções, Rock Potiguar, George Tattoo, Coletivo Chuva Negra, Friend’s e Front Line Studio.

VÁ DE BIKE!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Dead Fish em Natal - Tribuna do Norte.

A banda capixaba Dead Fish, ícone do hardcore melódico nacional, é uma das atrações deste domingo no Cultura Club, Ribeira, a partir das 16h. A matinê pesada terá ainda Driveout, Chicones (CE), DeadFunnyDays, Born To Fredom e Sunday Record. O grupo que surgiu nos anos 90 e saltou do underground para o mainstream a partir dos anos 2000, conta com uma geração variada de fãs que apreciam sua música rápida e pesada. A domingueira punk será animada.

divulgação
Banda capixaba Dead Fish se apresenta domingo, na RibeiraTudo começou em 1991 com um grupo de amigos que andavam de skate em Vitória. Mesmo sem saber tocar instrumento algum, resolveram montar uma banda e tocar músicas para andar de skate, principalmente no estilo hardcore. A partir daí vieram diversas formações, festinhas, shows em bares pequenos, e discos lançados em gravadoras independentes. É formada atualmente por Rodrigo vocal, Alyand (baixo), Marcos (bateria) e Philippe (guitarra).

A consagração do Dead Fish junto ao grande público veio em 2004, com o lançamento do álbum “MTV Apresenta Dead Fish”. A banda já lançou nove discos de estúdio, de 1998 até 2009. Entre seus sucessos urrados pelos público nos shows, estão “Contra todos”, “Você”, “Queda livre”, “Zero e um”, “Bem-vindo ao clube”, “Canção para amigos”, “Tão iguais” “A urgência”, “Sonho médio”.

Serviço:

Dead Fish. Domingo, a partir das 16h, no Cultura Club. Av. Rio Branco, Ribeira. Preço: R$20, na porta.

Fonte: Tribuna do Norte http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/dead-fish-na-domingueira-do-cultura-club/181177

Dead Fish em Natal - Diario de Natal.



A cena hardcore local mostra sua resistência contra a falta de eventos e espaços ao gênero. Na tarde de amanhã, quatro bandas potiguares e uma cearense abrirão o show dos capixabas do Dead Fish - hoje uma das bandas mais tradicionais entre os "pesos pesados" nacionais. Os shows acontecem no Cultura Clube (Ribeira), a partir das 16h. E se alguém pensa que hardcore em Natal está em decadência ou o domingo é um dia morto, o primeiro lote de ingressos se esgotou na quinta-feira e o segundo estava próximo do fim no dia seguinte. Mas enquanto há vida, há rock. Quem quiser curtir o evento, a produção reservou senhas para serem vendidas na hora.


Além do grupo do Espírito Santo (foto), sobem ao palco Driveout, Chicones, DeadFunnyDays, Born To Fredom e Sunday Record Foto:Luringa/Divulgação Natal é mais uma cidade do Norte/Nordeste onde o Dead Fish tem feito escala para comemorar 20 anos de carreira. Além dos sucessos, traz na bagagem o repertório do último CD Contra Todos (2009) e mais uma ou duas inéditas do próximo álbum com lançamento previsto para o fim deste ano ou em 2012. A única apresentação da banda em solo potifoi há cinco anos. E pela época é fácil identificar o local: o Centro Cultural Dosol, também na Ribeira. É que os espaços abertos ao hardcore em Natal são poucos, ou únicos. Além da tradição de dez anos do Dosol, surgiu há um ano o Cultura Clube, ambos com shows espaçados do gênero. E fica nisso.

"Infelizmente essa é a realidade. A produção de shows de hardcore em Natal complica por isso. Caminhamos sempre na incerteza de presença do público. Trazer banda de fora para atrair gente e pagar a produção sai caro", comenta o produtor do evento, Shilton Roque. A incerteza é causada pela falta de espaços exclusivos e eventos regulares voltados ao estilo. "É complicado arriscar nisso. Os eventos produzidos no ano passado e os três deste ano deram certo. Ainda assim é um risco". Os show de 2011 foram todos no Dosol: Plastic Fire (RJ), em janeiro; e Cuelho Livre (MS), em março. "O outro é esse do Dead Fish, já com excelente aceitação".

Além da banda capixava, o line up do evento também conta com a banda cearense Chicones e as locais: Born To Freedom, Driveout e Sunday Record, além do Dead Funny Days, que junto com a White Myself ensaiou uma crescente no cenário hardcore em Natal no ano de 2003. "Pensamos que o hardcore de Natal tinha morrido junto com as bandas do passado". Shilton acredita no fortalecimento gradativo puxado pelo Festival Dosol - de reconhecimento nacional - e do cenário independente, mais das vezes atrelado ao cenário rock. Shilton participa do coletivo Chuva Negra, que produz shows de hardocore na cidade. Mas passou bom tempo inativo por falta de oportunidade.

20 anos

Dead Fish comemora em 2011 duas décadas de influência sonora na vida de roqueiros brasileiros. Com 12 CDs gravados, entre álbuns ao vivo e demos, o grupo retorna a Natal após seu último lançamento de estúdio, o álbum Contra Todos (2009) - obra mais visceral e direta do grupo. E chega com formação diferente. Após 20 apresentações na Alemanha e República Tcheca, em 2007, os dois guitarristas Tiago Hospede deixou a banda. O também guitarrista Phillipe tirou de letra o trabalho realizado antes por duas guitarras e assumiu as seis cordas da banda. Já com o álbum gravado, Nô (Leandro Pretti), baterista do grupo, também decide deixar a banda sendo substituído por Marção, baterista da banda paulista de hardcore Ação Direta. O Dead Fish é composto hoje por Rodrigo Lima (vocal e único membro da formação original), Philippe Fargnoli (guitarra), Alyand (baixo) e Marcão (bateria).

Fonte: Diario de Natal http://www.diariodenatal.com.br/2011/05/14/muito1_0.php#