terça-feira, 27 de abril de 2010

Programação Chuva Negra.

Dia 29.04: Subvercine - Cinema e Jantar VEGetariANO.

#4 Subvercine com: Estamira.

Sinopse: ESTAMIRA conta a história de uma mulher de 63 anos que sofre de distúrbios mentais e vive e trabalha há 20 anos no Aterro Sanitário de Jardim Gramacho, um local renegado pela sociedade, que recebe diariamente mais de oito mil toneladas de lixo produzido no Rio de Janeiro. Com um discurso eloquente, filosófico e poético, a personagem central do documentário levanta de forma íntima questões de interesse global, como o destino do lixo produzido pelos habitantes de uma metrópole, e os subterfúgios que a mente humana encontra para superar uma realidade insuportável de ser vivida.
onde? miniauditorio do ifrn (antigo cefet)
de que horas? 19hs pontualmente.
quando? dia 29.04 quinta-feira.
quanto? R$ 5, 00.

Filme vencedor de 23 prêmios nacionais e internacionais.Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=v9ik-M5k0K4

Dia 30.04: coletivo Noize e coletivo Chuva Negra apresentam: Rótulo (SE).


A banda sergipana de hardcore, Rótulo, faz uma tour pelo nordeste e tem uma apresentação em Natal. Em parceria com o coletivo Noize, a gente tras essa banda que ta fazendo seu nome por onde passa. Suas músicas, sempre com letras bem feitas e tocantes, são no melhor estilo hardcore melodico e old school.

A Rótulo faz uma tour pelo Nordeste, de Mossoro à Bahia. Em natal, seus companheiros de palco serão as seguintes bandas:

Iazul (PB)
Deadfunnydays
Oversick


Em breve o cartaz do show.

Dia 08.05: 1° Bad Influence Fest com DISCARGA
.

No mês de maio a banda de hardcore rápido e desconcertante Discarga, vai fazer alguns shows pelo nordeste. É isso mesmo que voce está lendo: DISCARGA. Em uma dessas datas, mais precisamente no dia 08.05, Natal vai receber esses garotos feios e mal-educados.

Após seis anos da ultima apresentação na cidade do cu do elefante, eles voltam e trazem alem de vontade, muita expectativa, já que tem um cd lançado em 2008 que, logicamente, não foi tocado aqui.

Bandas:
Discarga: Uma banda com mais de 10 anos de estrada, várias turnês pela Europa e uma discografia invejável, o currículo do Discarga já faz da banda um legítimo ícone do hardcore brasileiro e um dos grandes nomes do fastcore mundial. Depois de um bom tempo sem tocar no Nordeste, o trio mais rápido do mundo volta para trazer diversão, caos, suor, ouvidos zunindo e lágrimas não faltarão após participar desse belíssimo e tocante show.
http://www.myspace.com/discarga

Lei do Cão: Suicidal Tendencies e D.R.I nunca tiveram tão presentes. Após voltar de uma tour no sudeste, esses mossoroenses sem futuro voltam a se apresentar por terras potiguares com seus skates tóxicos e sua música rápida para infernizar nossos ouvidos e nossa calma. Possuídos pelo tubarão, qualquer um que se manter parado será engolido.
http://www.myspace.com/leidocao

Todos Contra Um: A banda já tem seu nome falado pelas bocas mais quentes da cidade e região, quiçá até de cidades mais longínquas. Após uma tour pelo nordeste onde o suor, a agressividade e a dor de barriga prevaleceram, eles retornam a Natal com algumas novidades engatilhadas. Com algumas varias resenhas em blogs e a aceitação geral da banda, a Todos Contra Um toca mais uma vez o terror na cidade de Wilma Maia, thrashcore destruindo barreiras e anulando fronteiras. Quem se habilita quebrar os padrões, e tentar se divertir nessa linda noite?
http://www.myspace.com/todoscontraum

Antiskieumorra: Nova formação, novas músicas e a mesma velocidade de sempre. Fieis seguidores do Charuto com xodó milho, a Antiskieumorra volta de um longo tempo de férias no México direto para os palcos mais descolados de Natal. Mas nem só de cuscuz vive o cu do elefante. Hardcore com xodó milho.
http://www.myspace.com/antiskieumorra

Desafeto: A banda surgiu em 2007 e depois de um longo tempo parada, voltou as atividades com nova formação. Nas suas músicas, letras que falam sobre os direitos animais, anti-homofobia e sobre a vida. Será o segundo show e eles prometem relaxar o cu e abrir o evento com chave de osso. Preparem os espíritos, pois o deles é sujo.

O evento vai contar ainda com exibição de documentario e rango vegetariano à vontade ao final do evento.

Onde? Centro Cultural Dosol
Quando? 08/05/2010

De que horas? 16hs
Quanto? R$ 7,00

E A CHUVA NÃO PARA!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Resenha: Abril Pro Rock, dia 16.04


A primeira resenha de show do blog não podia ser melhor, com um excelente festival, com shows magníficos: Abril Pro Rock.

O que mais me chamou atenção esse ano foram três bandas: The Varukers (UK), Agent Orange (EUA) e Ratos de Porão (SP) e por isso irei falar sobre o show das três. Foi a noite em que eu tive uma verdadeira aula de punk, surf music e hardcore.

Bem, saímos a tarde de Natal, chegamos lá quase 20hs compramos o ingresso e fomos ao Shopping Tacaruna, comer. Depois de “rodar e rodar” pelo shopping atras do que comer e não encontrar, voltamos para o centro de convenções. Encontrei amigos de PE, PB, CE, AL e Interior do RN. Entramos e já estava rolando a terceira banda. A quarta já estava se preparando para entrar: Claustrofobia (SP). Não prestei muita atenção no show fiquei mais conversando com os amigos lá atrás. Depois veio o Terra Prima (PE) e o Eminence (MG). Preferi conversar mais e mais com pessoas que não via há meses.

Agent Orange

Ai veio a minha primeira das três expectativas da noite: Agent Orange. Banda da Califórnia mais conhecida por ser a banda que misturou o punk com o surf music e que agradou de gregos e troianos à skatistas e surfistas. O show começou no melhor estilo Surf Music e foi seguindo com rodas, dancinhas a lá “surf”, muitos coros e agitação que não terminava. Uma pequena pausa pra trocar a corda e terminar o show com um cover de “Miserlou” do gênio Dick Dale e em seguida fechar com duas músicas que quem já jogou a série “Tony Hawk Pro Skate” iria chorar de alegria, emoção e empolgação, como eu chorei. Um cover de “Police Truck” do Dead Kennedys e depois “Bloodstains” do próprio Agent Orange.

Varukers

Menos de um minuto depois no outro palco, o Rat e companhia já anunciavam momentos do melhor do punk inglês oitentista, agressivo e furioso: The Varukers. Começaram com “Protest to survive”. Na van eu tinha pensado: “mano começar logo com essa música vai ser brutalidade”. E foi! Brutalidade e agressividade, roda insana, pessoas cantando aquilo como se fosse hino ... e era! Como outras e outras musicas. Não pararam, eu estava exausto e tive que sair da frente do palco e da roda. Fiquei de lado, mas mesmo assim não parei de vê-los tocando. O Rat interagia com o publico de forma impecável e era muito bom você ver, digamos, pessoas que para você são grande influencia musicalmente, tão humildes, interagindo com as pessoas no local, até quando eles resolveram dar uma “passeada” pelo cento de convenções. No repertório músicas como “Soldier Boy”, “Don't Wanna Be a Victim”, “Massacred Millions” , entre outras.

Ratos de Porão

Em seguida, para mim a MAIOR banda de punk/hardcore do Brasil e me desculpe quem não concordar, mais é também a MAIOR do mundo e minha principal influência: Ratos de Porão. Alguém já escutou o Ao Vivo do Ratos? Aquele que foi gravado em 88 por ai. Pois eu me senti nele, em todo momento, as únicas diferenças eram o Juninho no baixo no lugar do Jabá e o Boka na batera no lugar do Spaguethi. Começaram destruindo tudo. Juninho não parava, Jão mais insano do que nunca, Boka um monstro e Gordo irreverente e agressivo como de costume. Meu quarto show do Ratos e foi o melhor. Foi hino atrás de hino. Músicas que entrariam fácil no “Só Crássicos”. Músicas que ninguém achava que eles tocariam como “Amazônia Nunca Mais”, “Mad Society” e “Crianças sem Futuro“, eles tocaram. Aliás, essas duas ultimas juntas com “Morrer” foi no estilo “R.D.P AO VIVO”, aquele que eu citei agora a pouco. Era visível que o Ratos é uma banda especial. O Abril Pro Rock foi todo pra frente ver o Ratos. A roda estava destruidora. O Gordo falava direto na alegria de tocar lá e a felicidade do publico, banda e pessoas no palco era visível, como os Varukers. Vi o Rat cantando umas musicas junto ao Fralda. Ele mesmo, Fralda, ex-baixista do Ratos, antecessor do Juninho, estava lá catando, pulando e comemorando cada música como se fosse um gol do seu time de futebol do coração em final de campeonato. E era assim que eu me sentia e que muito outros se sentiam quando eles tocavam músicas como “Crucificados pelo Sistema”, “Caos”, “Crise Geral”, “Sofrer” e “FMI”. Depois, duas surpresas: “John Travolta” e “O Dotadão Deve Morrer” e para os os anarco-cops/policia ideológica de plantão que queriam “pertubar”, o Gordo mandou um belo grito: “IGREEEEJA UNIVERSSAAAAL!!!”. Foi um belo “toma na cara, bando de otário!” hahahahaha. Irado foi ver uma pessoa que conheço com um extintor de incêndio dentro da roda deixando tudo branco e a roda mais insana e maior ainda. Podem chamar de “traidores”, falar que o “gordo é da universal” .. Mas para mim foda-se isso tudo, tenho minha opinião à respeito do cara e fico com ela para mim e não estou nem aí para o que pensam os anarco-cops/policia ideológica, pois se o Ratos traiu o movimento eu também sou um traidor HAHAHAAHHA.

Depois do Ratos, rolou o Blaze Bayley (UK). Digamos que para os fãs do metal foi um excelente show com direito a bandana de motoqueiro e camisa da seleção brasileira. Fiquei mais um tempo conversando com uns amigos lá atrás e depois fui embora de volta a Natal.


Esse foi o Abril Pro Rock, 16.04.2010, Recife-PE.
Obrigado.
Matheus Cedraz (XFuraX).


sábado, 17 de abril de 2010

Neonazistas fazem protesto contra imigração ilegal em Los Angeles.

Cerca de 50 manifestantes carregaram bandeiras com suásticas.

Um grupo de neonazistas protestou neste sábado (17) contra a imigração ilegal aos Estados Unidos no centro de Los Angeles. Os manifestantes enfrentaram um protesto contrário e houve momentos de tensão, com pedras jogadas entre os grupos.


A polícia se posicionou entre os dois grupos e controlou as manifestações. Não houve feridos nem presos.

Cerca de 50 membros do Movimento Nacional Socialista ergueram bandeiras dos Estados Unidos e bandeiras com suásticas por cerca de uma hora. Os neonazistas também gritaram "sieg heil" ("salve a vitória", uma saudação usada por apoiadores de Adolf Hitler).


A manifestação contrária foi maior que a dos neonazistas, com cerca de 500 pessoas gritando "racistas, vão para casa" e "parem, nazistas".

O protesto dos neonazistas foi em resposta a manifestações recentes na cidade pedindo leis mais brandas e anistia a imigrantes ilegais. Los Angeles tem uma importante população de imigrantes legais e ilegais.

Outros atos neonazista em 2010.

Buenos Aires, 17 mar (EFE).- Dois jovens neonazistas foram condenados a trabalhar 50 horas no Museu do Holocausto de Buenos Aires e outras 100 em um refeitório comunitário por terem pintado suásticas em uma sinagoga da capital argentina, informa hoje a imprensa local.

Os dois skinheads terão de comparecer ao Museu do Holocausto para participar de "ações pedagógicas e culturais" desenvolvidas pela instituição e tomar "conhecimento direto das horrendas circunstâncias" do extermínio de judeus "na Alemanha nazista", decidiu um tribunal de Buenos Aires.

Depois de dedicar 50 horas a essas atividades, a dupla de neonazistas será obrigada a trabalhar outras 100 em um refeitório comunitário do bairro da Constituición, na zona sudeste da capital argentina, segundo a sentença publicada hoje pelo jornal "Clarín".

"Ainda não recebemos a notificação da Justiça. Mas não seria a primeira vez que receberíamos jovens por terem cometido atos discriminatórios", declarou Graciela Jinich, diretora do Museu do Holocausto.

Já os porta-vozes do refeitório comunitário disseram que os cabeças raspadas são esperados para esfregar o chão e pintar paredes, entre outros serviços de manutenção. EFE


Fonte: http://g1.globo.com/

P.s: Não confundir skinhead com nazista, ou neonazista, como preferir.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Coletivo Chuva Negra apresenta: DISCARGA, dia 08.05.2010.


No mês de maio a banda de hardcore Discarga, vai fazer alguns shows pelo nordeste. É isso mesmo que voce está lendo: DISCARGA. Em uma dessas datas, mais precisamente no dia 08.05, Natal vai receber esses garotos feios e mal-educados.

Após seis anos da ultima apresentação na cidade do cu do elefante, eles voltam e trazem alem de vontade, muita expectativa, já que tem um cd lançado em 2008 que, logicamente, não foi tocado aqui.

Música para Guerra, é o nome do cd e tras 18 músicas que vão do reggae, ao fastcore mais puro e destruidor. São músicas que não tiraram a sonoridade da banda, mas que deram um toque a mais de qualidade e podridão no estilo da banda. No melhor estilo Bad Brains, "Sob Influência" é, particularmente, uma das melhores músicas do cd. Sua letra chama por todos os grandes nomes, grandes influencias nacionais e internacionais, indo desde Sabotage à Malcom X, passando por Cartola, Jimi Hendrix, Racionais MC's, entre outros. "No Brain, No Gain", "Ilegal" e "Batendo a Cabeça" são outras das tantas otimas músicas.

Para resumir bem, baixe e tambem compre o cd e tambem vá no show, dia 08.05.

Integrantes:
Voz e guitarra: Daniel
Baixo: Juninho
Bateria: Nino.

Os integrantes da banda, ja passaram ou ainda tocam em muitas outras bandas. O caso mais conhecido, é o do Juninho que toca no Ratos de Porão e ja tocou em bandas como Point of No Return, O Inimigo, No Violence e uma banda que passou recentemente por natal, a Eu Serei a Hiena. O Daniel toca, alem do discarga, numa banda relativamente nova, chamada Speed Kills: http://www.myspace.com/speedkillsparanoia. Já o Nino, toca em bandas ja citadas aqui, como a Hiena e O Inimigo.

A Banda ta na ativa desde 1998, sendo que o Juninho substituiu o Douglas em 2001 ficando desde então a formação que agente conhece, e coleciona os discos:

Discarga
(EP, 2000)
Happy Night Electric Experience (2002)
Que Venha Abaixo (EP, 2003)
Sem Remorso (2003)
Musica pra Guerra
(2008)
e os Splits:

Discarga / Infect (2002)
I Shot Cyrus / Discarga (2005)
Discarga / H-Zero (2006)



http://www.myspace.com/discarga
http://www.fotolog.com.br/discarga

Em breve mais informações e o cartaz do show.

terça-feira, 13 de abril de 2010

ENTREVISTA COM O SOCIÓLOGO ROGER YATES, por Guilherme Rosa

Fonte: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI126571-17770,00-SOCIOLOGO+DEFENDE+FIM+DA+PROPRIEDADE+DOS+ANIMAIS.html

Sociólogo defende fim da propriedade dos animais

Os direitos dos animais estão sendo cada vez mais discutidos, e seus militantes defendem os mais diversos pontos de vista. O sociólogo Roger Yates é um defensor dos animais desde os anos 70 e recentemente se juntou ao Abolicionismo, uma das vertentes mais radicais do movimento. Eles defendem o fim de toda propriedade humana sobre os animais e o pacifismo como forma de luta. Ele explicou suas idéias numa entrevista à Galileu:

Você é um sociólogo. Como a sociologia pode nos ajudar a entender a questão dos animais?

A sociologia nos ajuda a entender como tratamos os animais porque ela olha a sociedade e pensa suas atitudes. Ela olha o modo como as pessoas se adaptam às regras e valores, o modo como somos levados a olhar de modo diferente os humanos e não-humanos. Nós ensinamos nossas crianças que é certo usar os animais, mas sem causar sofrimento desnecessário. A sociologia nos ajuda a entender o especismo: porque pensamos que somos mais importantes, porque valorizamos as vidas de formas diferentes.

Então a gente não é mais importante que os animais?

Precisamos ver o quanto racionalizamos nossa importância. Os não-humanos querem viver o tanto quanto a gente, é um mal matar um animal e há um senso de igualdade quando comparamos nossas vidas. Somos treinados socialmente a resistir a essa ideia e achá-la tola e sentimental.

A resposta então é o Abolicionismo?

O Abolicionismo está deslanchando, se tornando um movimento substancial nos EUA e na Europa. É uma idéia nova, que existe há uns cinco anos. È diferente dos movimentos dos anos 70, 80 e 90; uma versão radical dos movimentos pelo bem-estar animal e pela libertação dos animais. Por exemplo, defendemos o veganismo, não o vegetarianismo. É um movimento que foi inspirado pelas idéias de Gary Francione.

Quais deveriam ser os direitos dos animais?

Falamos simplesmente de um direito: o direito a não ser uma propriedade. Podemos destrinchá-lo em outros: o direito à integridade, a não sofrer, a ser deixado sozinho sem a interferência humana. Moralmente, devemos lembrar que não podemos ser seus donos. Quando vemos uma árvore, tendemos a pensar que ela é nossa. Isso vem da teologia, porque pensamos que o mundo é nosso, foi dado pra gente por Deus. O que penso é que existem outros seres que têm tanto direito à Terra quanto a gente.

Você disse que é vegan. Porque não um vegetariano?

Nós vemos muito criticamente o consumo de derivados de leite. Há tanto sofrimento numa fazendo de gado leiteiro quanto numa de gado para corte. Um vegetariano que come muitos laticínios esta causando mais mal do que alguém que come carne, mas poucos derivados de leite. Acho que isso tem muito a ver com pressão social e amigos. Se você se apresenta como vegetariano, não parece tanto um louco do que quando você é um vegan.

O que você pensa sobre os animais domésticos?

O problema com esses animais é que nós os geramos e selecionamos sua raça. Alguns animais de pedigree não podem fazer sexo, seus olhos caem, têm problemas horríveis de esqueleto por causa de seu formato. Nossa técnica de cruzamento de cães tem causado muitos problemas para eles: cachorros muito pequenos, muito grandes, cachorros que têm problemas de pele. Se você olhar para os animais de pedigree, verá uma situação de pesadelo.

E temos o direito de ser donos desses animais?

Acho que não. Muita gente pensa que nossa relação com os animais é simbiótica e que não há problema, mas a instituição de possuir um animal já é problemática. Eu sei que é uma das questões mais complicadas dos direitos dos animais, porque é um tanto radical. Eu não quero banir nada, quero uma mudança de consciência. É um tanto utópico, os direitos animais são baseados numa mudança cultural.

Devemos fazer o que então? Abandonar nossos cães e gatos?

É obvio que devemos cuidar dos que já existem, mas não deveríamos produzir mais. Você pode dizer que é uma questão de oferta e demanda. Quando a demanda diminuir, a oferta vai diminuir também. Porque a criação de animais virou um negócio, existem muitos criadores por aí.

Mas hoje em dia os cachorros só sobrevivem em convivência com humanos.

É por isso que eles deveriam diminuir aos poucos. É claro que alguns animais até podem existir livremente sem nossa interferência, mas esse não é o caso de Poodles e Chihuahas. Temos que pensar nesse problema que criamos, e o primeiro passo é mostrar para as pessoas que é um problema.

Qual seria a relação perfeita entre homem e animais?

Precisamos entender que temos responsabilidades com eles, e, obviamente, eles não têm responsabilidades conosco. Devemos respeitá-los como possuidores de direitos. No momento estamos fundando essa nova relação entre humanos e animais, somos pioneiros. Muitas pessoas se frustram com a demora das mudanças sócias. Eu, como sociólogo, entendo que a mudança é geracional. As pessoas têm que estar acostumadas às novas ideias antes de aceita-las. Meu trabalho é fazer essa fundação, para que os que vierem depois de mim façam seu trabalho.

Porque você foi preso nos anos 80?

Eu era assessor de imprensa da Animal Liberation Front, que se envolveu em uma situação ilegal [parte do grupo passou a sabotar lojas que negociavam peles de animais]. Eu não estava envolvido, mas houve um movimento das autoridades de atacar o pessoal da imprensa. Foi uma daquelas situações esquisitas onde aqueles que escreveram sobre situações ilegais pegaram mais tempo de cadeia do que aqueles que as praticaram. É o modo de os agentes lidarem com movimentos mais radicais, tentam silenciá-los. Foi um dos primeiros julgamentos sobre os direitos dos animais.

Você só luta pelos direitos dos animais?

Eu estive envolvido em movimentos tanto pelos direitos dos animais quanto pelos humanos. Sempre me envolvi em movimentos contra o tráfico de humanos e a escravidão moderna, isso é que mais me incomoda. Se as pessoas ainda desrespeitam os direitos dos outros homens, isso explica nossa incapacidade de respeitar os animais.


Retirado do site: http://www.institutoninarosa.org.br/

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Em breve informações sobre o Subvercine e mais infos sobre shows. Aguardem.


Pêagá.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Nestlé financia destruição de floresta e põe orangotangos no rumo da extinção.

Esta manhã, protestos pipocaram por toda a Europa contra a destruição das florestas que servem de habitat para orangotangos na Indonésia. O motor dessa devastação, que colocou os primatas à beira da extinção, é a conversão do uso do solo de mata virgem para o plantio de palmáceas. A Nestlé, que sustenta essa atividade comprando óleo de palma da Indonésia para produzir chocolates como o Kit kat, foi o alvo das manifestações no continente europeu, parte de uma campanha global que o Greenpeace lança hoje contra a companhia. A Nestlé por enquanto continua jogando de ponta de lança no time das empresas que estimulam a destruição das florestas tropicias.

Além de financiar a derrubada em massa de mata na Indonésia e empurrar os orangotangos para o abismo da extinção, a Nestlé está contribuindo para agravar o aquecimento global. Florestas ajudam a regular o clima e acabar com o desmatamento, uma das maneiras mais rápidas de reduzir as emissões de Co2 na atmosfera.

Foi por isso que escritórios da Nestlé na Inglaterra, Holanda e Alemanha acabaram sendo palco de protestos por ativistas do Greenpeace, pedindo para que a empresa deixe de utilizar óleo de palma proveniente da destruição de área antes ocupada por florestas na Indonésia.

Assista ao video:
http://www.youtube.com/watch?v=uBBFBXpXbSQ&feature=player_embedded

As manifestações concidiram com o lançamento de um novo relatório do Greenpeace – 'Pega com a mão na cumbuca: como o emprego de óleo de palma pela Nestlé tem um impacto devastador na floresta tropical, no clima e nos orangotangos' (em inglês) – que expõe os laços entre a Nestlé e fornecedores de óleo de palma, como a Sinar Mas, que estão ampliando suas plantações em florestas de turfa (ricas em carbono) e nas florestas tropicias da Indonésia.

Além da produção de óleo de palma, a Sinar Mas também é proprietária da Ásia celulose, a maior empresa de papel da Indonésia. A empresa também infringe a lei da Indonésia ao destruir as florestas protegidas para cultivar plantações de óleo de palma.

Como todos devem saber, a Nestlé é a maior empresa de alimentos e bebidas do mundo. O que ninguém sabia até então era que a empresa também é um grande consumidor de óleo de palma produzido às custas do desmatamento das florestas tropicais. Nos últimos três anos, a utilização anual do óleo quase duplicou, alcançando a marca de 320000 toneladas que entram em uma enorme gama de produtos, incluindo o chocolate mega popular KitKat, que não é vendido no Brasil.

"Toda vez que você der uma mordida em um KitKat, você pode estar dando uma mordida nas florestas tropicais da Indonésia, que são fundamentais para a sobrevivência dos orangotangos. A Nestlé precisa dar aos orangotangos uma pausa e parar de utilizar óleo de palma de fornecedores que estão destruindo as florestas", disse Daniela Montalto, do Greenpeace internacional.

O lançamento do relatório segue numerosas tentativas de convencer a Nestlé a cancelar seus contratos com a Sinar Mas. Recentemente, o Greenpeace contactou várias vezes a empresa com provas sobre as práticas da Sinar Mas, mas mesmo assim a Nestlé continua usando o óleo de palma da Indonésia em seus produtos.
Diversas empresas importantes, incluindo a Unilever e Kraft, cancelaram os contratos de óleo de palma com a Sinar Mas. A Unilever cancelou um contrato de 30 milhões de dólares no ano passado. A Kraft cancelou o seu em fevereiro. "Outras grandes empresas estão agindo, mas a Nestlé continua fechando os olhos para os piores infratores. É tempo de a Nestlé cancelar seus contratos com a Sinar Mas e parar de contribuir com a destruição das floresta tropical e de turfas," frisou Montalto.

As florestas tropicais da Indonésia e seus orangotangos estão precisando desesperadamente de um refresco! Participe da cyberação e peça para a Nestlé dar um tempo as florestas! http://greenpeace.org.br/kitkat/

Ativistas vestidos de orangotango protestam em frente a fábrica da Nestlé no Reino Unido. A empresa usa óleo de palma em seus produzido às custas da destruição das florestas tropicais da Indonésia.


http://greenpeace.org.br/kitkat/
http://greenpeace.org.br/kitkat/

Fonte:
http://www.greenpeace.org/brasil/amazonia/noticias/nestle-financia-destrui-o-de

terça-feira, 6 de abril de 2010

Teu Pai Já Sabe?


a Teu Pai Já Sabe? é uma banda de Queercore lá de Curitiba, no Paraná. A demo ja começa com um discurso convidativo que te faz querer chegar até o fim. A música que leva o nome da banda, diz que "Isso aqui é sim mais uma banda de maricas. Mais um soco na cara da hipocrisia". "Vida de Mentiras" é a segunda música e fala sobre a vida que alguem leva até assumir realmente quem ela é. "Desejos" é a terceira e uma das melhores músicas e é como um grito de libertação do pudor. Logo depois, "Cuida da Tua Vida" tras uma verdade que não só os homossexuais vivem. O preconceito, a não aceitação das escolhas alheias. "Não consigo entender, porque tanto se importar, com a minha sexualidade, se vai ou não aceitar!". "Dono da Verdade" é a 5° música e começa com uma otima vinheta. O refrão dela diz: "Tua verdade, não é a minha" o que é uma grande verdade. Por ultima e não menos importante, "Tuff Guy" é uma das melhores, senão a melhor música do cd. Com uma letra escrachada, ela retrata bem o preconceito de alguns caras com os homossexuais, bi, gays, maricas, bibas, como preferir. O medo que alguns tem de conversar, ou mesmo estar perto, por achar que vão ser assediados. "Se voce nao quer que eu olhe esse volume, ponha uma cueca por baixo da bermuda". No final de Tuff Guy, para quem esquecer de tirar o cd assim que ele terminar, ou para quem tiver curiosidade de deixar o cd rolar, tem uma outra vinheta muito bem sacada, sacou? Eles ainda fazem uma versão-cover muito foda da música Punk Rock, da banda Bulimia. "Punk Rock Tambem é Pra Viado".

Teu Pai Já Sabe? é:

Felipênis - Baixo, e Dark Room;
Hugolina - Bateria, e Chuva dourada;
Setembrina - Guitarra e sofá da Hebe;
Mamazetti - Vocais e boquetes.


http://www.myspace.com/teupaijasabe
http://www.fotolog.com.br/teupaijasabe
http://www.mediafire.com/?oamm5kmiju3
http://letras.terra.com.br/teu-pai-ja-sabe/
http://www.youtube.com/watch?v=aJ3sW4R7Nn4

quinta-feira, 1 de abril de 2010

#2 Quintrevista Negra com: Eduardo Felipe.

A segunda entrevista para o blog, foi feita com o Eduardo Felipe, lá de salvador. Dudu, como preferem os amigos e talvez o proprio, é um dos vocalistas da Derrube o Muro, banda que eu, particularmente, acho muito boa. Ele tambem está a frente do TomanacaraHC http://tomanacarahc.blogspot.com/ junto com outro brother seu. E faz parte do coletivo Nossas Mãos.


Chuva Negra:
De inicio, quero agradecer a você pelo tempo que disponibilizou ao coletivo, cedendo essa entrevista. É realmente prazeroso pra mim, poder participar disso. E queria que você fizesse uma apresentação, para os mais desavisados. Faz um jogo rapido ai de quem é você.

Dudu: Pow, o prazer é meu velho!!! Eu estou acostumado a geralmente fazer entrevistas e quando rola de responder alguma acho bem legal, e vindo de um coletivo tão ativo e dedicado como o Chuva Negra é mais prazeroso ainda. Quem sou eu? Pergunta difícil logo de cara ... Sou Eduardo, apelidado pelos amigos de Dudu, sou Bacharel em Direito e sou um dos vocais da Derrube o Muro. Além disso, faço parte do blog/fotolog Tomanacara, do Coletivo Nossas Mãos (que atualmente se dedica apenas a organizar shows) e já toquei nas bandas Revenge e Heróis de nós Mesmos.

CN: O que voce enxerga da cena baiana? Da pra ser roqueiro morando na 'terra do axé'?

Dudu: Kkkkkk esse pergunta é típica/clichê para as bandas daqui e para as pessoas que gostam de rock e moram na cidade. Sim dá pra ser roqueiro sim, eu estou sendo até hoje. Kkkkkkk Sobre a cena, ai é mais complicado, pois se me perguntar como está a atual cena soteropolitana eu te diria que depende de que cena você fala. Se for aquela sincera, onde as bandas tocam por merecimento ou por disposição em chegar junto e fazer a correria, está fraca. Porém em uma curva crescente. Agora se quer saber da cena pilantragem, onde as bandas são obrigadas a vender 20, 30 e até 70 ingressos para poder tocar e encher o rabo dos “produtores” de grana, eu posso te dizer que está, foi e sempre será uma merda! E acho, que as bandas estão começando a perceber isso. Espero sinceramente que essa patifaria acabe logo.

CN: E em outros lugares? Claro que você já visitou alguns outros lugares, ja viu de perto outras realidades do mundo punk/hardcore, pessoas, bandas, estilos diferentes de falar e sentir ...

Dudu: Eu não sou um jovem muito viajado não. Conheço apenas algumas cidades do Nordeste e interiror aqui da Bahia. É complicado falar da realidade de outro lugar, onde não convivo e não sei qual é o cotidiano. Porém percebo e acompanho pela internet várias paradas que estão rolando em vários lugares, me interesso mais em saber o que ta rolando no Nordeste, e vou me limitar aqui a falar dele. Aracaju (SE): Sempre foi um lugar que tive um carinho especial. Pessoas e bandas fodas, já teve épocas melhores, acho que a falta de casas de shows é o grande problema da galera lá; Maceió (AL), a dois anos atrás teve aquele “boom” que geralmente acontece em todas as cidades, e como sempre o fim é o mesmo. Começa com várias pessoas dedicadas, empolgadas ... ai do nada, todo mundo acha que hardcore é uma merda, que isso é coisa de muleque e vai todo mundo ouvir rock moderno, meter o pau em tudo e parar de ir a shows. Como eu disse isso não é uma peculiaridade de Maceió, SSA foi assim também. Tem bandas legais como o Morra Tentando, e os caras, bem ou mal, tem a Casa do Pedrinho para organizar as GIGs, que os resistentes de lá continuam a fazer; Hellcife (PE), mesmo esquema de Maceió, em 2007 aquele “boom”, depois tudo se apagou e o Braytner agora, junto com algumas outras pessoas reacenderam a chama e colocaram novamente Recife no circuito punk/hardcore, organizando shows, trazendo de volta a Verde Vingança e muitas outras coisas. João Pessoa (PB), converso com um cara de um coletivo que tem lá, eles tem um espaço legal para shows, estão sempre na correria também ... gostei de ver mesmo a disposição dos caras, e parece que tem umas mulecas também, que fazem uma correria por lá. Acho interessante a atuação direta de mulheres no hardcore; Natal (RN), tem vocês do Chuva Negra que estão representando demais, inclusive Diego me falou quando teve aqui com a Todos Contra Um sobre o coletivo, como estão se articulando e achei foda demais!!! Paguei pau mesmo, além disso rola os caras lá do Dosol né? No esquema mais rock independente, mas que também acho bem válido. De Nordeste, só conheço isso mesmo e acabei sendo bem extenso na resposta kkkkkkkkkkk.

CN: A que se deu o teu inicio no punk/hc? Tipo, qual foi o estopim, a banda que te fez entrar nisso e nao querer sair mais? E qual foi o teu primeiro contato, bom ou nao, com esse tipo de som, rock/punk?

Dudu: Rapaz, acho que ninguém nunca me perguntou isso!!! Eu sou do interior da Bahia, e lá eu conhecia apenas o Ratos de Porão, Sepultura, Beatles ... essas coisas mais manjadas, quando vim morar em Salvador, meados de 99 em minha casa pegava a MTV, e puta que pariu eu ficava o dia todo na frente da TV gravando clipes em VHS pra assistir depois. Curiosamente eu gostava mais dos democlipes que passavam de madrugada, geralmente eram bandas de punk/hardcore. Naquela época a MTV prestava. Ai no final de 99, minha mãe comprou um computador e tinha internet. Porra, todas as bandas que eu tinha em VHS eu poderia baixar as músicas pelo Napster ou mIRC, além dos sites Punknet e Zona Punk. Ai nesses sites tinham outras bandas que eu baixava pra ver se gostava ou não e com isso ia conhecendo mais bandas e sites ligados ao punk/hardcore. O porque de ter escolhido o punk/hardcore: porque era a coisa mais agressiva que eu conhecia, e eu com meus 13 anos de idade queria era mais agressividade, gritos e protestos, seja lá com o que fosse. Outro modo que comecei a me inteirar sobre bandas é que sempre gostei de ler o encarte, ai sempre vinha o nome de outras bandas nos agradecimentos, ai eu ia e buscava sobre a banda, foi mais ou menos assim que entrei nesse meio. Porém nesse período eu não freqüentava shows underground, além de minha mãe não deixar, eu tinha receio de apanhar, pois não sabia como era um show underground. Eu apenas ia em shows grandes, Festival de Verão ... essas coisas, e ficava puto quando via no mIRC divulgação de shows e não ia, mesmo morrendo de vontade, ai fui no meu primeiro show underground em 2000, que foi o Festival Palco do Rock. Com o cu na mão mais fui ... gostei tanto do clima que resolvi ir a um show que me entregaram o cartaz. Era lá no Rio Vermelho, não lembro se foi no Anexo ou no Havana, e nem lembro as bandas, e ai comecei a ir, sempre sozinho aos shows. O que me fez entrar nisso eu já citei acima, agora o que me mantém são os laços de amizades que consegui fazer. Como eu disse eu sempre ia sozinho aos shows, quando mudei de bairro eu conheci uma galera que também curtia as bandas que eu curtia. Eu pensava que eu apenas conhecia as bandas até então, e com essas pessoas eu comecei a freqüentar mais shows e conhecer mais pessoas. Quando vi meu ciclo de amizades era praticamente todo de pessoas envolvidas direta ou indiretamente com o punk/hardcore e por isso até hoje estou ai. Claro, não poderia deixar de mencionar que sem a Estopim Records eu jamais teria acesso a metade das coisas que eu conheço e dos shows que fui. A Estopim foi fundamental para a divulgação do punk/hardcore em Salvador.

CN: Muitos chamam a musica barulhenta e rápida de 'anti-musica'. concorda?

Dudu: Na boa, anti-música pra mim é o cara marcar um show e chegar lá e dar uma palestra, por exemplo. Ele boicotou a música nesse caso. Fora isso qualquer lata batendo pra mim é música.

CN: O que você acha desse termo: Punk?

Dudu: É algo difícil, ao menos para mim, abrir a boca e dizer que “sou punk”. Porque cai em diversas discussões sobre o que seria o punk e o que é o punk na atualidade. Eu me considero punk/livre de drogas, porém eu trabalho em uma Multinacional, estaria traindo os meus ideais punks por isso? É complicado, pois para se fazer o “Faça você mesmo”, na atual sociedade capitalista, é necessário grana, e quem me proporciona grana para eu investir no underground é a empresa que trabalho. Por isso até evito de dizer que sou punk para as pessoas, tenho isso para mim. E mais, não ando de visual, pois o clima em minha cidade não propociona eu andar de coturno e roupa preta, prefiro um bom chinelo e uma roupa fresquinha.

CN: E em relação ao movimento straight edge e vegetariano? Foram consequências do envolvimento com o punk? E o que representam na tua vida?

Dudu: Sim, comecei com as bandas mainstreams da MTV, passei a conhecer as bandas undergrounds de minha cidade e assim fui conhecendo pessoas ligadas ao Vegetarianismo e ao Straight Edge. Eu via Fabiano Passos (Estopim) em alguns shows com o “X” na mão, e outros muleques também, mas não sabia que porra era isso. Ai com a realização do 1º Estopim Fest, eu pude ter um contato maior com as bandas Straight Edges e com palestras, comidas vegetarianas ... foi uma excelente escola para mim. Uma pena que a atual geração não tem muito esse tipo de evento e pior, quando tem parecem não se interessar. Hoje em dia é tudo muito artificial, pré-pronto. Atualmente estou sXe. Vão fazer 4 anos que assumi essa postura, e a 6 estou Drug Free. Para mim representa bastante, pois antes de ter acesso a esse movimento/estilo de vida eu me preocupava em ficar chapado pra fazer merdas e me sentir mais encorajado, sei lá o que pensava era muito muleque pra pensar algo. A partir do momento que me tornei Drug Free passei a ver o mundo com uma outra roupagem, comecei a ser mais crítico com a indústria das drogas lícitas e seus efeitos nas camadas menos favorecidas, e em termos pessoais sou bem mais feliz assim, de cara limpa. Para mim está sendo a melhor escolha, para outras pessoas não, ai cada qual escolhe o seu caminho.

CN: Muita gente está 'abandonando' movimentos como sXe e alguns tambem o vegetarianismo. O caso mais conhecido é o do Nenê Altro, que por seus motivos 'rompeu' com essas ações de grupos. como voce vê essa atitude?

Dudu: Então, esse caso do Nenê já tem tanto tempo hehehe depois dele tanta gente já caiu, que pegar ele para Cristo é até uma injustiça. Eu acho que você tem que ser sincero consigo mesmo. Se o sXe não é algo que serve mais para você, não é algo que te faz mais feliz, é algo que apenas esta por status ou por conveniência deve pular fora mesmo. Agora, óbvio que fico triste em ver, às vezes, alguns amigos meus que eram sXes se entregando às drogas, acho uma merda. Mas como disse, cada qual escolhe seu caminho.

CN: Eu, confesso, não sou um profundo conhecedor da cena baiana. Conheço algumas bandas - otimas, por sinal -, mas não sei realmente o que rola por ai. Dos meus amigos daqui que ja passaram por ai, seja com banda, ou apenas de rolé, todos me falam bem. É facil organizar eventos de rock por ai? E as bandas, elas costumam ter um certo tempo, ou por falta de chances pra tocar, elas acabam - como acontece em muitos lugares - ?

Dudu: Vai cair novamente naquilo que falei acima. É fácil para alguns e para outros não. Eu poderia muito bem pegar uns muleques que não sabem tocar nada e falar, aqui vendam 10, 15, 20 ingressos que faço o favor de colocar vocês no show que tou fazendo ... se apenas uma banda vender 20 ingressos a 10 reais dá 200 pau!!! Pow, quer facilidade maior que essa? Prefiro ainda tirar grana do meu bolso, colar com meus amigos e se fuder pra organizar algo, mas algo real e de qualidade. É difícil, sim é ... mas O LIMITE É A NOSSA VONTADE.

CN: Você ja participou de varias bandas, certo? Fala pra agente quais foram e o que significou cada uma pra você? E, claro, qual a sua atual banda?

Dudu: Nem tantas assim, às vezes o povo confunde porque acabo colocando links das bandas daqui na internet e às vezes pensam que toco em boa parte delas, o que não é verdade. Minha primeira banda foi a Monstros S/A, uma banda escrota que tocava Olho Seco, Gritando HxCx e outras coisas do tipo. No começo até éramos sérios, mas depois começamos a ouvir muito Cissa Guimarães e avacalhamos tudo, nunca chegamos a fazer um show, mas era bem legal. Eram duas guitarras sem baixo, só fuleragem mesmo. Depois com parte desses amigos da Monstros S/A eu montei a Revenge, que era sentimento puro. Todas as minhas angustias e felicidades eu tentava por nas letras, era um misto de melódico com oldschool. Rolava uns covers legais do Fullheart e 5 of hearts, muitas formações e nunca chegamos a gravar nada, e também fizemos poucos shows. Dá pra achar no You Tube os vídeos do último show. Em paralelo a Revenge, e com algumas pessoas da banda montamos a Gays4Fun, que era um punkrock festivo com letras antihomofóbicas e com um sacada bem escrachada, na linha de Texticulos de Mary. Durou apenas um show. Daí em minhas viagens mentais pensei, “caralho, vou montar uma banda de grind/powerviolence!!!”. Mas o foda era achar alguém pra tocar, ai chamei uns amigos e como não tinha baterista eu mesmo fiz esse desfavor para os ouvidos alheios, foi a Heróis de nós Mesmos em sua primeira formação. No dia da gravação na casa de Rodrigo o vocal, que era crente, não foi porque não concordava com algumas letras daí resolvi gravar a bateria, Pedro gravou a guitarra e os vocais nós 3 gravamos, e meu primo que era bem muleque na época. A Guitarra Sidney gravou depois. Chegamos a fazer alguns shows. Dessa gravação saiu uma demo que vendeu mais do que eu esperava e ai rolou várias mudanças na formação, e a formação que mais gostei foi na época que era eu e mais 2 vocais na banda. Era um grind tão agressivo e bem feito que chega dava gosto, e era uma época boa de nossas vidas. Viviamos em reuniões do coletivo, badernando ... de longe essa fase da Heróis foi algo bem importante e prazeroso para mim, ai rolou umas merdas eu sai da banda e eles continuaram numa linha punkrock, que pode ser ouvida no myspace (http://www.myspace.com/heroisdenosmesmos). Por sinal a gravação é foda e os poucos shows que rolaram dessa época foram animais!!! Depois que eu saí da Heróis fiquei sem banda e Rodrigo, que também tocava comigo na Heróis, deu a idéia de montarmos uma banda mais agressiva e pesada, na linha de Suicidal Tendencies, porra eu pirei!!! Ai chamamos algumas pessoas e formamos a Derrube o Muro, que no começo tinha uma formação, mas desde o primeiro show a formação é essa até hoje: Eu, Doriva, Rodrigo, Gabriel e Joff. É a única banda que toco atualmente e é uma excelente válvula de escape, e óbvio que não conseguimos chegar nem perto do Suicidal Tendencies, mas pelo menos dá pra tirar um barato.

CN: Vocês ja tem uma demo lançada, certo? Pretendem lançar mais alguma coisa? E se pá, quando? Algum material com outras bandas? E uma visita e tal, aqui por natal, rola?

Dudu: Sim, gravamos bem nas carreiras no segundo semestre de 2009 uma demo com 8 faixas, que Fabiano (Studio Estopim) fez um excelente trabalho, já que gravamos praticamente ao vivo e a qualidade superou minhas expectativas.Olha pretendemos sim, não sabemos para quando, pois das músicas que não saíram nessa demo estamos apenas com 3 a mais. Ao passo que formos fazendo mais músicas e tivermos um material legal quem sabe lançamos algo. Eu ficaria muito feliz se fosse algo em vinil, com uma arte bem legal. Split pode rolar, basta rolar convite e nos agradar, tem essa não.
Shows fora do estado já são mais complicados, pois todos na banda tem afazeres fora do hardcore. Trabalhamos e isso dificulta muito ficar fora do estado por muito tempo, além do mais confesso que como banda somos bem enrolados com essas coisas. Pra marcar um ensaio é uma novela, imagine um show fora rsrsrsrsrsrs Mas se um dia bater uma doidêra, quem sabe? Já tocamos duas vezes em Aracaju, pois temos uma relação bem estreita com a galera de lá e é perto da Bahia. De minha parte há uma vontade sim em tocar em Natal.

CN: Muitas bandas hoje se tornaram conhecidas e reconhecidas pela internet. O download surgiu como ferramente importantissima de divulgação de bandas e como forma de compartilhar tambem a boa musica dessas bandas, ja que pelo tamanho do Brasil, fica meio inviavel conseguir material de algumas bandas. Você apoia o download de músicas, ja que não existe custo e consequentemente as bandas que gastaram para fazer um material, não vao ter o retorno necessario para arcar com as despesas? O que voce realmente acha dessa pratica?

Dudu: E como apoio, eu sou um dos filhosdaputa que tem mania de uppar e baixar material pela internet. Essa questão de custo é foda, porque beleza, antes da internet as pessoas compravam mais CDs e tudo mais. Ok, concordo. Mas acho que hoje em dia pelo menos compra CD quem realmente gosta da banda ou quem tem prazer em ter o material físico, o que não acho nada mal. Apenas ficará mais difícil para a Derrube o Muro, por exemplo, ganhar um disco de platina por sua demo, entretanto, eu disponibilizando pela internet sei que várias pessoas de vários estados já ouviram e disseram ter gostado (CN: e isso é verdade, a demo é muito boa) isso pra mim é mais válido que os 5 reais que pagariam por ela. Bate uma tristeza quando eu ponho a banquinha e vejo que as pessoas não tem interesse em adquirir o material das bandas, não pela grana mas ao menos para mim, ter arquivos em meu computador nunca vai substituir eu ter o CD da banda, mas isso vai de pessoa para pessoa.

CN: No teu orkut, eu pude perceber que voce tem um respeito enorme por amigos, tanto que os considera familia, e isso é uma coisa não muito convencional, se percebermos outras cenas, em outros lugares. Muita gente briga por motivos tão bestas e acaba separando pessoas que deveriam se unir por mesmos propositos. O que voce acha que falta pra que esse respeito mutuo de amizade se espalhe em outros lugares e em outras pessoas?

Dudu:Assim, eu também já briguei por motivos que achava, na época, válidos e hoje nem tanto ... e já fiz muita cagada também. Mas se tem algo que sempre prezei foi a amizade. Com o punk/hardcore comecei a ter essa noção de família além dos laços de sangue. Tanto que hoje em dia realmente considero meus amigos minha família, e minha mãe que tenho o maior respeito e estima, sabe que só a considero família pelos laços afetivos e não por laços de sangue. Ela discorda um pouco do meu pensamento, mas tem respeitado. Ela discorda porque há alguns entes com o mesmo sangue que o meu que não considero família, e realmente para mim não são. Acho que família é mais um agrupamento de pessoas que tem algo em comum e se gostam. Minha mãe é católica e viaja muito nesse lance de compaixão, perdão e essas coisas todas, eu não.

CN: Para finalizar, deixa uma mensagem pra geral.

Dudu: Assisti até um filme essa semana que dizia que o Salve Geral era quebrar tudo, e com isso São Paulo parou, então essa pergunta é perigosa rsrsrsrsrsrrsrsrsrs
Mas é isso aê, o Salve Geral é quebrar tudo, ser a crise e lutar pelo que acredita sempre, ou melhor, até quando acreditar.

DERRUBE O MURO.

http://www.myspace.com/derrubeomuro
http://www.fotolog.com/derrube_o_muro
contato: dudu_msahc@hotmail.com